A SOP é uma alteração hormonal que afeta 5-10% das mulheres.
O diagnostico é realizado quando a paciente apresenta ao menos duas destas características:
1- Ciclos menstruais irregulares. A paciente com SOP não ovula todos os meses, portanto apresenta anovulação crônica, o que faz com apresente sangramentos com intervalos maiores de 45 dias.
2- Aumento dos níveis de hormônio masculino ou sinais de hiperandrogenismo, como hirsutismo (aumento dos pelos do corpo e do rosto).
3- Ovários de padrão micropolicistico na ultrassonografia.
É importante ressaltar que se a paciente tem ovários com policistos, não significa que tenha síndrome. Muitas pacientes ao realizarem uma ultrassonografia ficam assustadas com o resultado, mas apenas será diagnosticada portadora da síndrome se houver mais um dos 3 itens listados acima.
O ciclo menstrual precisa ter as 2 fases, a primeira onde o hormônio predominante é o estrogênio e a segunda fase, que se inicia após a ovulação, com a progesterona como hormônio principal. A anovulação (falta de ovulação) pode resultar em exposição contínua do endométrio (camada interna do útero) ao hormônio ovariano da primeira fase do ciclo (antes da ovulação), que é o estrogênio. O estrogênio pode causar aumento excessivo da espessura da camada endometrial, o que pode levar a paciente ter sangramento anormal, e até aumento de chance de câncer de endométrio.
A paciente com SOP tem maior probabilidade de ter síndrome metabólica, que é caracterizada por obesidade, aumento da circunferência abdominal, aumento do colesterol, hipertensão arterial, resistência a insulina e diabetes mellitus. Está aumentado também o risco de doença cardíaca.
Obesidade está presente em 50% das pacientes com SOP. Dieta, exercícios físicos e perda de peso aumentam a frequência de ciclos ovulatórios, aumentam a probabilidade de gravidez, reduzem o risco de diabetes e reduzem os níveis de hormônios masculinos.
Avaliação médica, nutricional, exercícios físicos e hábitos saudáveis são essenciais ao tratamento. Se a paciente estiver acima do peso, deve primeiro emagrecer. A perda de peso pode trazer com ela a volta dos ciclos ovulatórios e da fertilidade.
Se estiverem tentando há mais de 1 ano, sem resultado, é importante consultar um especialista em medicina reprodutiva para avaliar o casal. Não é recomendado tomar nenhum remédio para induzir a ovulação sem indicação e acompanhamento médico e ultrassonografico.
A indução de ovulação pode ser feita com medicamentos de uso via oral como o citrato de clomifeno. Muitas pacientes não respondem a esta medicação e podem ter que tomar gonadotrofinal, de uso injetável sub-cutaneo. Porém as gonadotrofinas estão associadas o maior risco de gestação múltipla e síndrome de hiperestímulo ovariano.
A Fertilizacão in vitro pode ser uma opção para essas pacientes, pois há maior controle sobre o número de embriões a serem transferidos, prevenindo a ocorrência de gestação múltipla.
O tratamento de SOP deve ser individualizado, sempre com acompanhamento médico regular. Avaliação nutricional, exercícios físicos e hábitos saudáveis são essenciais ao tratamento.
Para pacientes que não desejam engravidar, o tratamento hormonal com pílulas anticoncepcionais são uma boa opção, reduz o hirsutismo e a acne, mantém o ciclo mestrual regular, previne câncer de endométrio, e gestação.
O Médico pode associar os anticoncepcionais com medicamentos anti-androgênicos como a espironolactona para melhorar o hirsutismo. Também podem fazer uso de procedimento estéticos como laser para eliminação dos pelos em excesso.
Medicamentos que melhoram a resistencia a insulina como a metformina, podem ajudar algumas pacientes a terem ciclos ovulatórios e talvez ajude a prevenir o desenvolvimento de diabetes e síndrome metabólica.
O conteúdo deste site é meramente informativo e não substitui em hipótese alguma a consulta médica presencial.
2023 © Todos os direitos reservados.
O conteúdo deste site foi elaborado pela Dra. Carla Iaconelli e as informações aqui contidas têm caráter meramente informativo e educacional. Não devem ser utilizadas para a realização do autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte o seu médico, somente ele está habilitado a praticar o ato médico, conforme recomendação do Conselho Federal de Medicina (CFM). Todas as imagens contidas no site são meramente ilustrativas e foram compradas em banco de imagens, não envolvendo imagens de pacientes.
Diretor técnico: Dra. Carla Iaconelli • CRM-SP 124292 • RQE 51682