Em uma conversa com a atriz Thaís Fersoza para o canal da atriz no YouTube, a apresentadora Sabrina Sato confessou o que mais a incomoda na gravidez: não poder beber. “É a única coisa difícil. Você vai para uma festa e vê todo mundo bebendo e fica sóbria.”
Sabrina diz que chegou a tomar cerveja sem álcool para assistir aos jogos da Copa, em julho, de tanta vontade. Mas não pode mesmo? Nem um copo? “O ideal é que não”, responde a ginecologista e obstetra Ana Maria Massad Costa, pós-doutora pela Escola Paulista de Medicina.
A orientação de não beber nada é uma posição que vem do próprio Ministério da Saúde e se dá por dois motivos. Primeiro, porque o álcool tem passagem livre na barreira placentária e, ao ser consumido, sua concentração se torna alta no sangue fetal.
Em segundo lugar, não há pesquisas que atestem que há uma quantidade de consumo seguro. Então, mesmo pequenas doses poderiam causar alguma alteração de desenvolvimento do feto. “Não tem como eu dizer para uma grávida que ela pode tomar até tal quantidade só porque outras não tiveram problemas, pois não há como garantir que no organismo dela não vá ter complicação”, afirma a ginecologista Carla Iaconelli.
Uma pesquisa divulgada em 2017 pela Universidade de Bristol, da Inglaterra, sugeriu que até dois drinques por semana não causariam danos ao feto. Mas a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é taxativa ao insistir pelo consumo zero. A orientação é de que mesmo mulheres que estão tentando engravidar já deixem de beber. Segundo a SBP, 50% das brasileiras ingerem alguma dose de álcool na gestação.
A orientação é a mesma para o período de amamentação. Um estudo da Universidade de Macquarie, na Austrália, publicado na revista “Pediatrics” afirmou que mães que bebem enquanto estão amamentando têm os filhos com raciocínio comprometido.
Síndrome Alcóolica Fetal
Diferentes tipos de complicações podem surgir pelo consumo de bebidas na gravidez. De alterações no crescimento do embrião a abstinência neonatal, quadro em que a criança pode ter tremores leves, febre e convulsões pela falta de álcool no sangue do recém-nascido.
A mais comum, porém, é a Síndrome Alcoólica Fetal, também conhecida como SAF. Acontece quando há um consumo de seis ou mais doses de álcool por dia e tem consequências graves: a criança pode apresentar alterações na face ou em órgãos do corpo, nascer abaixo do peso ou apresentar problemas de aprendizagem, fala, audição e atenção.
O Ministério da Saúde estima que um em cada 1.000 nascidos vivos no Brasil apresentem a SAF, mas diz que o número é subnotificado pela dificuldade de diagnóstico e porque, muitas vezes, os sintomas são reconhecidos tardiamente, como as complicações na fala.
FONTE: UOL
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