Engravidar após um tratamento de Fertilização in vitro é uma grande conquista para o casal, é um novo mundo que se apresenta, uma nova perspectiva.
Deixar de ser tentante para o status de gestante pode ser um processo até conflituoso para algumas mulheres, de repente, há uma mudança de identidade, até de relacionamento com outras mulheres que engravidaram, já está liberta daquela inveja velada que tanto faz mal às tentantes. Mas junto com a desejada gravidez pode vir uma inesperada insegurança, algumas pacientes tem um inicio de gestação com misto de sentimentos, que inclui medo de aborto, de voltar à estaca zero, perguntam-se se realmente são merecedoras, custa um pouco a “cair a ficha”. Por isso acreditamos que o acompanhamento psicológico deve ser sempre oferecido aos casais desde o início do tratamento.
Após a transferência embrionária, deve-se esperar 10 dias para fazer o exame de sangue que constatar a gravidez, nesse período a paciente não sente quase nada, algumas podem apresentar sangramento de nidação, que é a saída de pequena quantidade de sangue, acompanhada ou não de leve cólica.
É mito que após a transferência deve-se ficar em repouso absoluto, já foi comprovado através de grandes estudos que o repouso não muda o potencial de implantação nem a taxa de gravidez ou aborto. A paciente estará em uso de progesterona devido aos medicamentos utilizados durante o estimulo ovariano ou mesmo em ciclos de descongelamento, esta medicação pode causar lentificação do transito intestinal levando a prisão de ventre, gases e cólica, que melhoram com sintomáticos e mudança de alimentação.
Se o tão esperado resultado vier positivo a progesterona será mantida até de 7 a 12 semanas. Quando a paciente recebe o resultado a gestação já está com 4 semanas, pois somam-se 2 semanas ao dia da transferência.
A primeira ultrassonografia é agendada para 7 semanas de gestação aproximadamente, quando iremos conhecer o número de embriões implantados, checar o local de implantação e verificar os batimentos cardíacos embrionários!!!
A partir daí inicia-se o pré-natal, que é normal, como qualquer outro, com os mesmos cuidados.
Sabemos que os tratamentos de FIV (fertilização in vitro) aumentam a possibilidade de gestações múltiplas, uma a cada três pacientes que transferiram dois embriões e engravidaram, são gemelares. Essas pacientes precisam de um pré-natal mais cuidadoso, assim como portadoras de algumas causas de infertilidade também podem requerer maiores cuidados, como em casos de malformações uterinas, miomatose, endometriose, entre outras. Esses casos devem ser individualizados e acompanhados rigorosamente, sabe-se também que mulheres com idade mais avançada apresentam maior risco de hipertensão arterial, eclampsia, e outras complicações, mesmo que seja feito o tratamento com óvulos doados. A ovodoação reduz o risco de alterações cromossômicas em pacientes com idade mais avançada, uma vez que os óvulos utilizados são de pacientes com menos de 35 anos, mas não o risco obstétrico.
A via de parto será definida pelo obstetra, que durante o pré-natal informará sobre a melhor conduta para cada caso. O casal submetido a qualquer processo de reprodução assistida passa por um grande estresse emocional e é importantíssimo que se sintam seguros e acolhidos pelo obstetra ou pela equipe médica que irá atendê-lo no momento do parto.
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