Primeiro descrita em 1952, a Adenomiose é ainda hoje uma doença enigmática do útero. Assim como a endometriose, a adenomiose é caracterizada pela presença de tecido endometrial fora de seu sítio correto, que seria a cavidade uterina, ou seja, a camada que reveste o útero por dentro.
Na adenomiose, encontramos glândulas endometriais no miométrio, que é a camada de músculo liso que compõe o útero, afeta de 10 a 20% das mulheres em idade reprodutiva e pode causar dor pélvica, sangramento e infertilidade; mas pode também apresentar- se assintomática.
O diagnóstico nem sempre é realizado, pois se a endometriose pode levar até 7 anos para ser diagnosticada, a adenomiose também tem essa infeliz característica, pois pode ser confundida com outras patologias como mioma. Ainda não se sabe a causa exata da doença e como ela se desenvolve, o que gera discussões e teorias a seu respeito. Pode ser localizada, revelando-se em nódulos ou cistos; ou difusa, ambas as formas podem levar ao aumento do volume uterino e alteração da textura do miométrio.
Atualmente são duas teorias mais aceitas para explicar a origem desta misteriosa doença, na primeira acredita-se que há uma falha na no mecanismo de reparação do miométrio, o que permite a invasão do endométrio no tecido miometrial, formando as lesões progressivamente, na segunda seria caudada pela presença de células embrionárias pluripotentes remanescentes
da fase de formação do embrião, que erroneamente estariam no miométrio e se transformariam em glândulas endometriais causando as lesões.
Pode- se suspeitar de adenomiose a partir do histórico e exame físico, onde a paciente poderá apresentar útero de volume aumentado, com a solicitação de exames de imagem como ressonância magnética de pelve e ultrassonografia pélvica transvaginal, histeroscopia e videolaparoscopia, e a confirmação realizada após biópsia das lesões.
O tratamento é individualizado e pode ser cirúrgico, com a retirada dos nódulos ou de todo órgão. Há também o tratamento clínico com anti-inflamatórios, progestágenos via oral, DIU liberador de progestágenos, inibidores da ovulação, entre outros.
Como a doença pode causar infertilidade e dor crônica, é importante as pacientes realizarem check-up anual no ginecologista e relatar todos os sintomas, e expressar o desejo ou não de gestar.
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